Comenda
D. Domitila de Castro, a Marquesa de Santos – FALASP / ANCEC
“Símbolo da força da mulher paulista”
Outorga Oficial: 25
de novembro de 2019 (21:30 horas), solenidade da ANCEC e FALASP no Teatro Firjan
SESI Centro - Av. Graça Aranha, centro do Rio de Janeiro.
Conde
Thiago de Menezes
– Presidente da FALASP e membro do Instituto Histórico de Petrópolis, RJ
D.
Domitila de Castro Canto e Melo (1797 – 1867), pela primeira vez homenageada em
honraria, exerceu grande influência durante o reinado do primeiro imperador do
Brasil. A FALASP - Federação das Academias de Letras e Artes do Estado de São Paulo faz um papel de recuperação histórica no sentido de tentar
preservar nomes influentes para a história sociocultural paulista.
Num passado
distante, a maioria dos homens de São Paulo eram bandeirantes, que iam para o
sertão caçar índios mais pedras preciosas e quem ficava na cidade eram as
mulheres. Então, desde o começo da cidade, as mulheres paulistas eram mais
dominantes e as verdadeiras chefes de família. Esse fenômeno não acontecia em
outros lugares do Brasil nesses tempos e, por isso, as mulheres paulistas
ganharam fama de bravas pelo país afora. Seu primeiro marido foi o Alferes Felício
Pinto Coelho de Mendonça, Oficial do 2º Esquadrão do Corpo dos Dragões da
Cidade de Vila Rica, atual Ouro Preto, Minas Gerais.
É importante frisar,
na análise das biografias da Marquesa de Santos, que não foram os sete anos do
relacionamento dela com o Imperador Dom Pedro I que resumem sua vida antes e
durante dois impérios. Domitila vinha de uma família influente e bem
posicionada, que tinha mais prestígio e linhagem do que dinheiro. Era filha do
primeiro Visconde de Castro e neta do Coronel Carlos José Ribas, assim como tetraneta
de Simão de Toledo Piza, patriarca de tradicional família em São Paulo. Seu
cunhado Boaventura Delfim Pereira, esposo de sua irmã Maria Benedita de
Castro Pereira (que também teve um filho com o Imperador Dom Pedro I), era o
detentor do título de Barão de Sorocaba.
Oficialmente, Domitila
era a Dama Camarista (uma dama da sociedade que tinha acesso ao palácio) da Imperatriz
d. Leopoldina, quando mantinha um romance com o Imperador Dom Pedro I. Romance
esse, que gerou a filha, Isabel Maria de Alcântara Brasileira (1824 — 1898),
Duquesa de Goiás, herdeira reconhecida após a morte de Dom João VI. A relação
amorosa é abalada quando, depois da morte da Imperatriz D. Leopoldina, o
Imperador Dom Pedro I acertou um segundo casamento, com a Duquesa de
Leuchtemberg, D. Amélia Beauharnais. Em 12 de outubro de 1825 foi feita Viscondessa
de Santos com grandeza e, em 12 de outubro de 1826, teve o título elevado a Marquesa
de Santos. Em 1829, grávida do quinto filho com o imperador, D. Domitila rompe
o romance e volta para São Paulo. Casa-se com o Rafael Tobias de Aguiar e morre
aos 70 anos (sendo sepultada no cemitério da Consolação, cuja capela original
foi construída com doação de dois contos de réis feita pela própria Domitila),
depois de ter se tornado grande benemérita das artes e da capital paulista. Num
túmulo ao lado, em 1896, foi sepultada D. Maria Isabel de Alcântara Bourbon, a
Condessa de Iguaçu, última dos cinco filhos que o Imperador teve com a Marquesa
de Santos. Cemitério Municipal era o nome original do Cemitério
da Consolação, inaugurado em 1858 como o primeiro cemitério público da cidade.
Recuperar a imagem
da Marquesa de Santos, cujo nome real era Dometila de Castro Canto e Mello,
porém como a grafia é arcaica, os livros atuais de história preferem chamá-la
de Domitila de Castro Canto e Melo, é reviver boa parte da formação da cidade
de São Paulo e porque não dizer do Brasil desde a época da independência.
Informações:
falasp2004@yahoo.com.br