quarta-feira, 5 de abril de 2023

Memorial Federação das Academias de Letras do Brasil

 

Memorial Federação das Academias de Letras do Brasil 

    No intuito de preservar a memória documental da Federação das Academias de Letras do Brasil, a co-irmã FALASP – Federação das Academias de Letras e Artes do Estado de São Paulo está, junto ao acadêmico Thiago de Menezes – da Diretoria de ambas – recuperando e classificando documentos diversos, que de uma certa forma contam a trajetória da entidade que tem 87 anos de tradição. Os mesmos estão sendo higienizados e escaneados para depois serem arquivados e suas cópias serão entregues para as Academias Estaduais que fizeram e fazem parte da história da FALB.

 

A Federação das Academias de Letras do Brasil, também conhecida pela sigla FALB, idealizada pelo escritor, filósofo, historiador e crítico literário baiano Affonso Costa, membro da Academia de Letras da Bahia, e fundada na cidade do Rio de Janeiro em 01 de julho de 1936 – pelo Primeiro Congresso das Academias de Letras e Sociedades de Cultura Literária realizado no país, reunido no Rio de Janeiro, de 03 a 16 de maio de 1936, por iniciativa da Academia Carioca de Letras, no edifício do ‘Syllogeu Brazileiro’, sob a presidência do Dr. Fernando Magalhães da Academia Brasileira de Letras - e reconhecida como de Utilidade Pública pelo Decreto Federal nº 1670, de 24/05/1937 e pela Lei Estadual nº 24, de 15/12/1960), com sede própria – cujo direito de uso, gratuito, exclusivo e perpétuo, lhe foi assegurado pela Lei nº 2554, de 03.08.1955 - e foro na cidade do Rio de Janeiro, RJ, à Rua Teixeira de Freitas nº 5, 3º andar (Sala 303), Lapa (edifício “Pedro Calmon” do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro), é uma associação cultural e literária de caráter civil e de personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, com autonomia administrativa e financeira, que reúne academias de letras estaduais, regionais e municipais, além de acadêmicos delegados das mesmas e seu corpo diretor.

Academia Espírito-santense de Letras (AEL)

A Academia Espírito-santense de Letras (AEL), fundada em 04 de setembro de 1921, com a posse dos primeiros vinte acadêmicos em 1923, e reorganizada em 18 de julho de 1937. Essa tradicional instituição cultural capixaba, a segunda entidade cultural mais antiga do Espírito Santo em atividade, só antecedida pelo IHGES, de 1916, é filiada à Federação das Academias de Letras do Brasil desde 1937.

Foram dois acadêmicos da Academia Espírito-santense de Letras presidentes da Federação das Academias de Letras do Brasil: Acadêmico da Academia Espírito-santense de Letras e Desembargador, Carlos Xavier Paes Barretto, um dos atuantes e fundadores - em 1916 - do Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo, foi Presidente da FALB em duas gestões na década de 1940. Ele foi diretor em algumas gestões, Delegado e nomeou três Delegados da Academia Espírito-santense de Letras e um do IHGES para a FALB. Inclusive, a diretoria atual ‘falbeana’ está cuidando para ter a foto do Dr. Carlos Xavier, como um dos retratos a serem apostos em sua sede própria, uma vez que a entidade já tem o busto em bronze do mesmo no Auditório “J. E. Pizzarro Drummond”.

Outrossim o Acadêmico da Academia Espírito-santense de Letras Jair Tovar, que também foi presidente da FALB na década de 1970, foi destacado membro do Instituto Histórico e Geográfico do Espirito Santo, que foi fundado em 12 de junho de 1916, pelos historiadores Drs. Antônio Francisco de Ataíde (Engenheiro), Arquimino Martins de Mattos (Médico) e Carlos Xavier Pais Barreto (advogado).

Da Academia Espírito-santense de Letras, que exerce há mais de 100 anos um papel singular e de excelência na contribuição com a cultura capixaba, a FALB divulga esse Ofício do Presidente da AEL José Moysés datado de 1990 e endereçado ao Presidente da FALB, Desembargador Antônio de Arruda:


 Academia Paulista de Letras (APL)

A Academia Paulista de Letras teve sua festa de inauguração no dia 27 de novembro de 1909, data confirmada como o de sua fundação oficial, promovida por seu idealizador Dr. Joaquim José de Carvalho realizada no palacete do Conservatório Dramático e Musical de São Paulo. O primeiro presidente da Academia Paulista de Letras foi Brasílio Augusto Machado de Oliveira, no mesmo ano de 1909. Da APL a FALB, via FALASP, divulga Ofício do Presidente Francisco Marins ao Almirante Dr. Olavo Dantas, presidente da entidade em 1979:

Academia Amazonense de Letras (AML)

A Academia Amazonense de Letras, como suas congêneres, tem por missão promover a defesa da língua pátria e incentivar o cultivo das letras e da literatura nacional. Vejamos o artigo 1º de seus Estatutos: "A Academia Amazonense de Letras fundada a 1º de janeiro de 1918, com a denominação de Sociedade Amazonense de Homens de Letras, filiada à Federação das Academias de Letras do Brasil, tem pôr fim a cultura do idioma e da literatura nacional mediante a ação individual ou coletiva de seus membros". E um fato muito importante, ligando a FALB à Academia Amazonense de Letras é que um dos fundadores da Federação das Academias de Letras do Brasil, o literato Benjamin Lima, havia sido um dos fundadores da Academia Amazonense de Letras. Aliás, a Academia teve em seu seio dois notáveis irmãos, os acadêmicos Benjamim Lima e Araújo Lima, espécie de "irmãos Goncourt" da Academia Francesa. Benjamim Lima, que na década de 1930 residiria no Rio de Janeiro, era professor e teatrólogo, e foi o primeiro presidente da Academia. Estilista famoso, primava pela expressão luzida, tendo verdadeiro horror da vulgaridade literária. Queria o período perfeito e harmonioso, que lhe saísse da pena como um lampejo. A conferência que pronunciou no Teatro Amazonas, quando do falecimento de Olavo Bilac, é um primor de arte. Seu irmão era médico, dos mais célebres que o Amazonas já possuiu. Publicou a obra Amazônia — a terra e o homem, incontestavelmente um dos livros mais sérios que já se escreveram sobre a região. Da AML (a Casa de Adriano Jorge) à FALB, via FALASP, divulga Ofício do Presidente Oyama Ituassu, que ocupou o cargo nos biênios 1990-1993, 1993-1994 e 1994-1995:

Academia Piauiense de Letras (APL)

Academia Piauiense de Letras também denominada de “Casa de Lucídio Freitas”, por ter sido idealizada por este poeta, foi fundada no dia 30 de dezembro de 1917, no salão nobre do Conselho Municipal de Teresina, em pleno momento de vigor intelectual no Piauí. A ideia da criação da Academia Piauiense de Letras também nasceu do desejo dos intelectuais do Estado de se integrarem ao movimento cultural das demais regiões do país, a exemplo do Estado do Maranhão, onde tanto Clodoaldo Freitas, quanto Higino Cunha participaram do meio literário (Oficina dos Novos-1906) que deu origem à Academia Maranhense de Letras. Esta academia, por sua vez, só foi oficialmente reconhecida como instituição de utilidade pública pelo governador João Luís Ferreira, através da lei nº 1.002, de 4 de julho de 1921, e no dia 24 de março de 1937, a APL filiava-se a Federação das Academias de Letras do Brasil, contando com o apoio moral e material do presidente da República. A antiga filiação da Academia Piauiense de Letras à Federação das Academias de Letras do Brasil deu-se nos primeiros anos de vida desta, mas se avultou e prosperou, primeiro, via correspondência do então presidente da entidade por duas profícuas gestões, o acadêmico Desembargador Cristino Castelo Branco (1892 – 1983), depois de sugestão de Afonso Costa. Da APL à FALB, via FALASP, divulga carta do Presidente A. Tito Filho, que comandou a entidade no período de 1971 a 1992, sobre Delegados da APL na FALB. Arimathéa Tito Filho (Barras, 1924 – Teresina, 1992) foi historiador, cronista, jornalista e sócio correspondente da Academia Carioca de Letras, entidade propulsora da FALB.