Memorial Federação das Academias de Letras do Brasil
No intuito de preservar
a memória documental da Federação das
Academias de Letras do Brasil, a co-irmã FALASP – Federação das Academias
de Letras e Artes do Estado de São Paulo está, junto ao acadêmico Thiago de
Menezes – da Diretoria de ambas – recuperando e classificando documentos
diversos, que de uma certa forma contam a trajetória da entidade que tem 87
anos de tradição. Os mesmos estão sendo higienizados e escaneados para depois
serem arquivados e suas cópias serão entregues para as Academias Estaduais que
fizeram e fazem parte da história da FALB.
A Federação das Academias de Letras do Brasil, também conhecida pela
sigla FALB, idealizada pelo escritor, filósofo, historiador e crítico literário
baiano Affonso Costa, membro da Academia de Letras da Bahia, e fundada na
cidade do Rio de Janeiro em 01 de julho de 1936 – pelo Primeiro Congresso das
Academias de Letras e Sociedades de Cultura Literária realizado no país,
reunido no Rio de Janeiro, de 03 a 16 de maio de 1936, por iniciativa da
Academia Carioca de Letras, no edifício do ‘Syllogeu Brazileiro’, sob a
presidência do Dr. Fernando Magalhães da Academia Brasileira de Letras - e
reconhecida como de Utilidade Pública pelo Decreto Federal nº 1670, de
24/05/1937 e pela Lei Estadual nº 24, de 15/12/1960), com sede própria – cujo
direito de uso, gratuito, exclusivo e perpétuo, lhe foi assegurado pela Lei nº
2554, de 03.08.1955 - e foro na cidade do Rio de Janeiro, RJ, à Rua Teixeira de
Freitas nº 5, 3º andar (Sala 303), Lapa (edifício “Pedro Calmon” do Instituto
Histórico e Geográfico Brasileiro), é uma associação cultural e literária de
caráter civil e de personalidade jurídica de direito privado, sem fins
lucrativos, com autonomia administrativa e financeira, que reúne academias de
letras estaduais, regionais e municipais, além de acadêmicos delegados das
mesmas e seu corpo diretor.
Academia
Espírito-santense de Letras (AEL)
A Academia
Espírito-santense de Letras (AEL), fundada em 04 de setembro de 1921, com a
posse dos primeiros vinte acadêmicos em 1923, e reorganizada em 18 de julho de
1937. Essa tradicional instituição cultural capixaba, a segunda entidade
cultural mais antiga do Espírito Santo em atividade, só antecedida pelo IHGES,
de 1916, é filiada à Federação das Academias de Letras do Brasil desde 1937.
Foram dois acadêmicos
da Academia Espírito-santense de Letras presidentes da Federação das Academias
de Letras do Brasil: Acadêmico da Academia Espírito-santense de Letras e
Desembargador, Carlos Xavier Paes
Barretto, um dos atuantes e fundadores - em 1916 - do Instituto Histórico e
Geográfico do Espírito Santo, foi Presidente da FALB em duas gestões na década
de 1940. Ele foi diretor em algumas gestões, Delegado e nomeou três Delegados
da Academia Espírito-santense de Letras e um do IHGES para a FALB. Inclusive, a
diretoria atual ‘falbeana’ está cuidando para ter a foto do Dr. Carlos Xavier,
como um dos retratos a serem apostos em sua sede própria, uma vez que a
entidade já tem o busto em bronze do mesmo no Auditório “J. E. Pizzarro
Drummond”.
Outrossim o Acadêmico da
Academia Espírito-santense de Letras Jair
Tovar, que também foi presidente da FALB na década de 1970, foi destacado
membro do Instituto Histórico e Geográfico do Espirito Santo, que foi fundado
em 12 de junho de 1916, pelos historiadores Drs. Antônio Francisco de Ataíde
(Engenheiro), Arquimino Martins de Mattos (Médico) e Carlos Xavier Pais Barreto
(advogado).
Da Academia Espírito-santense de Letras, que exerce há mais de 100 anos um papel singular e de excelência na contribuição com a cultura capixaba, a FALB divulga esse Ofício do Presidente da AEL José Moysés datado de 1990 e endereçado ao Presidente da FALB, Desembargador Antônio de Arruda:
Academia Paulista de Letras (APL)
A Academia Paulista
de Letras teve sua festa de inauguração no dia 27 de novembro de 1909, data
confirmada como o de sua fundação oficial, promovida por seu idealizador Dr.
Joaquim José de Carvalho realizada no palacete do Conservatório Dramático e
Musical de São Paulo. O primeiro presidente da Academia Paulista de Letras foi
Brasílio Augusto Machado de Oliveira, no mesmo ano de 1909. Da APL a FALB, via
FALASP, divulga Ofício do Presidente Francisco Marins ao Almirante Dr. Olavo
Dantas, presidente da entidade em 1979:
Academia
Amazonense de Letras (AML)
A Academia Amazonense
de Letras, como suas congêneres, tem por missão promover a defesa da língua
pátria e incentivar o cultivo das letras e da literatura nacional. Vejamos o
artigo 1º de seus Estatutos: "A Academia Amazonense de Letras fundada a 1º
de janeiro de 1918, com a denominação de Sociedade Amazonense de Homens de
Letras, filiada à Federação das Academias de Letras do Brasil, tem pôr fim a
cultura do idioma e da literatura nacional mediante a ação individual ou
coletiva de seus membros". E um fato muito importante, ligando a FALB à
Academia Amazonense de Letras é que um dos fundadores da Federação das Academias
de Letras do Brasil, o literato Benjamin
Lima, havia sido um dos fundadores da Academia Amazonense de Letras. Aliás,
a Academia teve em seu seio dois notáveis irmãos, os acadêmicos Benjamim Lima e
Araújo Lima, espécie de "irmãos Goncourt" da Academia Francesa.
Benjamim Lima, que na década de 1930 residiria no Rio de Janeiro, era professor
e teatrólogo, e foi o primeiro presidente da Academia. Estilista famoso,
primava pela expressão luzida, tendo verdadeiro horror da vulgaridade
literária. Queria o período perfeito e harmonioso, que lhe saísse da pena como
um lampejo. A conferência que pronunciou no Teatro Amazonas, quando do
falecimento de Olavo Bilac, é um primor de arte. Seu irmão era médico, dos mais
célebres que o Amazonas já possuiu. Publicou a obra Amazônia — a terra e o
homem, incontestavelmente um dos livros mais sérios que já se escreveram sobre
a região. Da AML (a Casa de Adriano Jorge) à FALB, via
FALASP, divulga Ofício do Presidente Oyama Ituassu, que ocupou o cargo nos
biênios 1990-1993, 1993-1994 e 1994-1995:
Academia
Piauiense de Letras (APL)
Academia Piauiense de
Letras também denominada de “Casa de Lucídio Freitas”, por ter sido idealizada
por este poeta, foi fundada no dia 30 de dezembro de 1917, no salão nobre do
Conselho Municipal de Teresina, em pleno momento de vigor intelectual no Piauí.
A ideia da criação da Academia Piauiense de Letras também nasceu do desejo dos intelectuais
do Estado de se integrarem ao movimento cultural das demais regiões do país, a exemplo
do Estado do Maranhão, onde tanto Clodoaldo Freitas, quanto Higino Cunha participaram
do meio literário (Oficina dos Novos-1906) que deu origem à Academia Maranhense
de Letras. Esta academia, por sua vez, só foi oficialmente reconhecida como
instituição de utilidade pública pelo governador João Luís Ferreira, através da
lei nº 1.002, de 4 de julho de 1921, e no dia 24 de março de 1937, a APL filiava-se
a Federação das Academias de Letras do Brasil, contando com o apoio moral e material
do presidente da República. A antiga filiação da Academia Piauiense de Letras à
Federação das Academias de Letras do Brasil deu-se nos primeiros anos de vida
desta, mas se avultou e prosperou, primeiro, via correspondência do então
presidente da entidade por duas profícuas gestões, o acadêmico Desembargador Cristino Castelo Branco (1892 – 1983),
depois de sugestão de Afonso Costa. Da APL à FALB, via FALASP, divulga carta do
Presidente A. Tito Filho, que comandou a entidade no período de 1971 a 1992,
sobre Delegados da APL na FALB. Arimathéa Tito Filho (Barras, 1924 – Teresina,
1992) foi historiador, cronista, jornalista e sócio correspondente da Academia
Carioca de Letras, entidade propulsora da FALB.