Academia
Piracicabana de Letras: 50 anos de fundação
Federação
das Academias de Letras do Brasil se junta às comemorações dessa efeméride
No ano de 1974 a Federação das Academias de Letras do Brasil, a FALB, fundada em 1936, listava e reconhecia no Rio de Janeiro a Academia Piracicabana de Letras, da cidade de Piracicaba, interior de São Paulo. E logo, era designada Delegada da Academia Piracicabana de Letras na FALB a escritora e folclorista Odette Coppos (1916 – 2009), que havia tomado posse na mesma no ato de abertura, quando recebeu do fundador da entidade, João Chiarini, o título de “Africanóloga” pelos seus trabalhos em prol das manifestações folclóricas de matizes africanas como as congadas, as quais ela reuniu material inédito e publicou no livro “Congadas” que lançou em 1971 pela Editora Pongetti, do Rio de Janeiro. Na Academia Piracicabana de Letras, onde Odette Coppos – nascida em Itapira (SP), mas então residente no Rio de Janeiro – ocupava a cadeira patronímica da Princesa Isabel, a ‘Redentora’, fizeram parte de seu quadro acadêmico, ainda, os escritores Júlia Luiz Ruete, criadora da Academia de Letras da Mantiqueira (de Águas de Lindóia, SP) em 1972, Walmira Vieira Malfatti e Thiago de Menezes, fundadores da Academia Itapirense de Letras e Artes, a AILA, que listada com a Academia Piracicabana de Letras integrava a extensa e minuciosa relação das Academias de Letras do território nacional listadas pela Federação das Academias de Letras do Brasil em sua ‘Revista das Academias’, nova fase, publicada em 1998.
Em 1972, o
intelectual João Chiarini, escritor e folclorista de renome nacional, realizou
a primeira Sessão Magna da Academia Piracicabana de Letras na unidade do Centro
da Faculdade de Odontologia de Piracicaba, evento que contou com a participação
do Conjunto Coral São Luís e Dragões da Independência da Polícia Militar. João
Chiarini, nascido em Piracicaba, a 17 de novembro de 1919, onde também faleceu
em 18 de setembro de 1988, foi além de escritor e folclorista, jornalista
atuante na imprensa de Piracicaba e região, professor, político e também
advogado. É sabido que a ideia da criação da Academia Piracicabana de Letras
surgiu, inicialmente, em meados dos anos 1960, na Livraria Pilão (então,
instalada na Galeria Gianetti no centro da cidade), de propriedade do próprio
João Chiarini. A criação da Academia veio a se consolidar a partir de 1970, com
o apoio do jornal “0 Diário”, em cujas instalações se redigiu o esboço do
primeiro estatuto. Inicialmente, a Academia Piracicabana de Letras não deveria
seguir os moldes tradicionais das academias congêneres, sendo idealizada mais
como uma entidade de estudos literários e artísticos, aberta especialmente aos
jovens talentos piracicabanos. Dirigindo a Academia Piracicabana de Letras de
1972 até meados de 1988, João Chiarini congregou à mesma, valores notáveis como
o memorialista piracicabano Professor Haldumont Nobre Ferraz (1927 – 2008), que
seria conhecido no interior paulista como escritor, genealogista e também historiador.
Um estudo, publicado em
1986 por Haldumont Nobre Ferraz, que também foi membro do Instituto Histórico e
Geográfico de Piracicaba e da Academia Paulistana de História, versava sobre a criação
da APL: “Não obstante o fato de haver
realizado a sua primeira Sessão Magna somente em 1972 (a 11 de Março), a
Academia Piracicabana de Letras começou a sua existência dois anos antes.
Criada pelo intelectual João Chiarini, eminente folclorista, professor e
advogado, com objetivos os mais nobres que caracterizam as Academias de Letras,
porém com especial ênfase ao estímulo e apoio aos jovens à produção literária.”
Segundo Haldumont Nobre Ferraz, João Chiarini, o fundador da APL, assinalava: “Os velhos escritores piracicabanos, como
Francisco Lagreca, Sud Mennucci, José de Oliveira Alcântara Machado (que foi
presidente da Academia Brasileira de Letras), Mário Neme, Hildebrando
Magalhães, morriam e seus nomes caíam no esquecimento. Nomes de ruas, todos, de
todas as origens; nunca os de escritores piracicabanos.”
Nos idos de 1970, a
Academia de Letras já estava em funcionamento, com outra perspectiva,
criando-se a figura do acadêmico com seus patronos. O memorialista Haldumont
Nobre Ferraz esboçaria um levantamento histórico dos principais acontecimentos
da Academia Piracicabana de Letras, de 1972 a 1986, onde um dos detalhes
importantes está no fato, resgatado pelo próprio, de Juscelino Kubitschek de
Oliveira, ex-presidente do Brasil e com os seus direitos políticos cassados
naquela oportunidade, ter sido da primeira turma de acadêmicos de Piracicaba,
tendo recebido o diploma e escolhido como patrono a poeta Cecília Meirelles.
Hoje em dia, tanto
João Chiarini como Haldumont Campos Ferraz, são reverenciados em Piracicaba,
sendo ambos os nomes de escolas municipais e de vias públicas. Depois de anos
turbulentos como foram 2020 e 2021, a APL (Academia Piracicabana de Letras)
retomou suas atividades presenciais, obedecendo a todos os protocolos
sanitários. No ano passado, aconteceu a primeira reunião anual da diretoria
executiva, com várias resoluções: retomada gradual das atividades com reuniões
rotineiras (pessoais ou virtuais) da diretoria executiva; encontros com
associados conforme normas sanitárias estadual e federal (a discutir); Eleição
da nova diretoria da APL para o triênio 2021/2024; lançamento da próxima
Revista APL; seleção dos candidatos à galeria acadêmica para vagas disponíveis
na entidade; utilização de banco digital para cobrança das semestralidades e
para uso da APL na rotina financeira; escolha da comissão dos 50 anos que irá
definir a programação a ser realizada agora em 2022.
Em 1987, a Alesp
(Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo) declarou, por meio de lei, a
Academia Piracicabana uma entidade de utilidade pública. “Cada cidade tem uma cultura muito particular, que deve ser tratada por
instituições e escritores que conhecem as realidades históricas dos moradores
locais. A APL passa a ser a representante na cidade quando o assunto é
literatura, pois, reúne importantes escritores que conhecem Piracicaba e os
piracicabanos. De forma voluntária, esse grupo de acadêmicos trabalha pela
literatura local em diversas frentes e ações”, declarou em entrevista concedida
à jornalista Cristiane Bonin do JP (Jornal de Piracicaba) pelo atual presidente
da APL, Vitor Pires Vencovsky.
“Conforme os Estatutos Sociais sobre as atividades da APL, a associação tem por objetivo congregar escritores, incentivar pesquisas e estudos sobre a literatura, desenvolver e apoiar iniciativas de cunho literário junto ao Poder Público e entidades particulares, incentivar e orientar jovens escritores, divulgar os grandes vultos da literatura e realizar a publicações de livros, revistas e conteúdos digitais. Apesar de a pandemia de covid-19 ter influenciado nas ações da Academia, o presidente da APL tem, em seus projetos futuros, fazer a retomada de três eventos: Flipira (Festa Literária de Piracicaba) em parceria com outras instituições literárias; Semana Thales Castanho de Andrade; e realizar convênio com a Prefeitura de Piracicaba.” Vejam a reportagem completa de Cristiane Bonin em https://www.jornaldepiracicaba.com.br/academia-piracicabana-de-letras-comemora-50-anos-de-fundacao/?fbclid=IwAR3GtpSIQElnp1i9GezCUBPsDVZA5qRiJxDwAb2A6uuXBdfc4ZFmAaVhxx8
Obs: Além da Academia
Piracicabana de Letras a Federação das Academias de Letras do Brasil reconhece
também o Instituto Histórico e Geográfico de Piracicaba.
Academia Piracicabana De Letras,
CNPJ 54.014.808/0001-57
Diretoria da Academia Piracicabana de Letras 2022
Presidente – Vitor Pires Vencovsky
Contato: acpiracicabanadeletras@gmail.com
Matéria:
Secretaria de Comunicação da FALASP