terça-feira, 2 de abril de 2019

Membro da FALASP, escritor e jornalista busca histórias de antepassados em Mogi Mirim


Escritor busca histórias de antepassados em Mogi Mirim

Thiago Galenbeck de Menezes, descendente dos primeiros alemães da cidade, escreve roteiro para palestras e pesquisas em 250 anos de história


Ao contrário do Nordeste brasileiro, onde predominou a família patriarcal, no estado de São Paulo, de acordo com o estudo de historiadores, a maioria das antigas famílias eram constituídas por tipos nucleares, caracterizando-se por diversos arranjos. Em Mogi Mirim/SP não foi diferente. Destacando-se como uma das cidades mais antigas do estado, em terras mogimirianas a família foi o centro de poder econômico e político durante os séculos XVII, XVIII e XIX.

Alguns poucos pesquisadores destacam inúmeras famílias tradicionais da cidade, que está completando 250 anos de fundação, entretanto, muitas delas, mais antigas, se perdem em sua história. Posteriormente, as famílias foram se “misturando” com os imigrantes estrangeiros – inicialmente colonos e, mais tarde, citadinos – entre eles, alemães e posteriormente italianos e outros ... além, claro, dos negros forros. Assim, gradativamente, foi-se configurando a sociedade de Mogi Mirim.

Nesse contexto, na década de 1870, a família alemã patriarcal Galenbeck da região açucareira de Araras, então a antiga Vila Nossa Senhora do Patrocínio das Araras, se misturou à vida de Mogi Mirim com o casamento de Guilherme Galenbeck com a mogimiriana Ambrosina de Oliveira. Esse casamento foi quase que um escândalo em 1875, pois os pais da noiva, de antiga família remanescente dos tempos das Sesmarias, eram contra o casamento da filha, de criação portuguesa e neta de tradicionais fazendeiros, com um prussiano e da seita protestante. Mas a afeição do luterano, de 22 anos, para com a sinhazinha católica de 20 anos prosperou e gerou Frederico, cujos filhos viriam a se tornar parte das vidas sociais dos lugares onde moraram.

Na verdade, os Galenbeck foram os primeiros imigrantes alemães a se estabelecer na cidade. Com a repentina morte de Ambrosina, o alemão casou-se em segundas núpcias, no ano de 1878, com outra mogimiriana Amélia Carolina da Cunha, prima de sua primeira esposa e filha do conhecido Major Victor Arigny Villares da Cunha, também de tradicional família. Amélia era filha de Rosa Torriani, essa filha e neta de antigos chefes políticos locais. O casal teve mais de oito filhos que constituíram família em Rio Claro, Bebedouro, Ribeirão Preto e Santa Cruz das Palmeiras.

Agora, mais de 140 anos, o escritor e jornalista Thiago Galenbeck de Menezes (foto acima), residente em Itapira e presidente da "FALASP - Federacao das Academias de Letras e Artes do Estado de São Paulo", está levantando toda a vida de seus antepassados que fizeram parte da construção de Mogi Mirim. Percorrendo arquivos de cúrias, livros antigos de cemitérios, atas de câmaras municipais mais assentos de vários cartórios de registro civil, ele, membro do “Instituto Histórico de Petrópolis” e da “Academia Petropolitana de Letras”, de Petrópolis, Rio de Janeiro, onde viveu alguns anos, está desenterrando o passado de uma família que deixou suas marcas na história. É um trabalho longo e que requer muita atenção pelos detalhes que são analisados.


Não só em nossa Mogi Mirim, mas em Araras, os Galenbeck participaram da formação sociológica de sua gente. Meu tataravô esteve três vezes com o Imperador Dom Pedro II. Viu chegar a ferrovia, a iluminação elétrica, a cidade crescer. Era uma outra época da Província de São Paulo no Império do Brasil”, enfatizou. Ele, detentor de muitas condecorações pelo seu trabalho jornalístico, diz que cresceu ouvindo histórias de sua bisavó, tias e avó, as quais compartilha com os primos, entre eles, o renomado químico Fernando Galembeck, Vice-Reitor da UNICAMP. Além de fotos e documentos, a família guarda relatos que Thiago pretende registrar em livros, ele que já publicou mais de três dezenas de livros no território nacional. “Guilherme conheceu Amélia, nascida no ano de 1860 em Mogy Mirim e falecida no ano de 1917 em Itirapina (foto) na Fazenda Campo Alto (divisa de Mogi Mirim com Araras) do amigo familiar Martinho Prado Junior, mais conhecido como Martinico. Tiveram como padrinhos de casamento o capitão Venâncio Ferreira Alves Adorno e Joaquim Ferreira Alves Adorno, nomes que fazem parte integral da história de nossa região. Nesses 250 anos da cidade, minha intenção é revivê-los".

 (Press e fotos: FALASP - "Federação das Academias de Letras e Artes do Estado de São Paulo - FALASP")